Autor: Vítor da Rocha
Tradutor:
Editora: Campo das Letras
Nº páginas: 190
Ano: 1997
Edição: 1ª edição
Estado de conservação: Muito Bom. Tem assinatura e autógrafo com o autor
Coleção:
Refª 1601034
Preço: 10,00 €.
Sinopse: Antigamente o tempo não se escoava, antes passava de
mão em mão, como a Sagrada Família, de pai para filho e deste para o neto,
sempre na mesma ampulheta de trabalhos na terra, de geadas para o lavrador se
pôr a pau, de torreiras em Agosto a argamassar os regos secos, de romarias a
horas como as badaladas das trindades. De modos que o tempo dos antigos era o
mesmo dos novos e dos que ainda estavam para vir. Mas a rodas das estações
electrificou-se e desatou a girar sem pausas nem esperas pelos mais atrasados.
Nas águas dos ribeiros e no lavradio caíram químicos e plásticos, o grão foi
enferrujando nas arcas e as giestas e estevas são mais que as mães por entre as
fragas e os torrões. Aguilhoados pelo colorido falso do ecrã, os novos foram à
vida para outras paragens e até os pinhos desertam do interior, enegrecidos, no
bojo das camionetas, iludidos pelos fogos arribados na liberdade de Abril.
Restam poucos, calvos e brancos.
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