Autor: Eça de Queiroz
Edição: 2ª
Editora: Lello & Irmãos
Ano: 1926
Estado: Bom, manuseado, picos de acidez na capa
Referência: 1511012
Sinopse: "Os escassos dois meses de permanência de Eça de Queirós no
Oriente em finais de 1869, a convite do seu amigo conde de Resende que aí se
desloca por ocasião da inauguração do Canal do Suez, irão proporcionar-lhe o
gosto pelas viagens e a oportunidade de exercitar a escrita, contribuindo
decisivamente para a sua formação cultural e para a escolha da sua futura
carreira profissional como diplomata.
Nos seus apontamentos de viagem (publicados postumamente,
sob o título O Egipto. Notas de Viagem), o futuro diplomata e viajante oferece
aos seus leitores vivas descrições dos túmulos faraónicos, falando desses
gigantescos monumentos e ainda da paisagem circundante. Evoca os seus percursos
e as aventuras na grande e ruidosa cidade do Cairo, onde visitou os decrépitos
vestígios coptas e os monumentos islâmicos situados na altaneira Cidadela
cairota. Descreve os túmulos dos califas, a vetusta mesquita de Amr, a mesquita
de Ibn Tulun e a mesquita da Universidade de Al-Azhar, prestigiados monumentos
do mundo muçulmano. Calcorreou, igualmente, a ainda hoje compacta e ruidosa
zona comercial de Khan el-Khalili.Eça nunca publicou estas notas, mas serviu-se delas e das
imagens que reteve dessa memorável viagem, para construir os percursos de
Teodorico Raposo (em A Relíquia) e de Fradique Mendes, com uma nítida
diferença: o primeiro retoma a par e passo os caminhos de Eça na sua viagem
oriental, o segundo vai até sítios onde o escritor não chegou (o Alto Egipto).
Reflexos da viagem queirosiana ficaram também nas Lendas de Santos (o eremita
egípcio Santo Onofre), em O Mandarim, em Os Maias), e enfim, referências ao
Egipto pairam nas Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres. Acrescentemos que
mesmo o percurso mediterrânico, a caminho de Alexandria, lhe oferece algumas
linhas para O Mistério da Estrada de Sintra, graças à sua passagem pela ilha de
Malta.A temática das viagens exóticas daria a Eça de Queirós
lastro para, entre a sátira e a lírica, entre a mordacidade e a veracidade
histórica, recriar lugares e momentos que se visitam na distante China de O
Mandarim, ou, aqui mais perto geograficamente, a nossa Idade Média de A Ilustre
Casa de Ramires. Um gosto pelas viagens, no tempo e no espaço, aberto pelo
excitante percurso oriental que nunca esqueceu."
Eça de Queirós |
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