Autor: Arnaldo Gama
Ano: 1936
Edição: Edição Popular
Nº págs: 240
Editora: A. Figueirinhas, Lda
Estado de conservação: Bom estado
Preço: 11,50 €
Refª: 1407056 PT3
Sinopse: Há muitos anos, vivia nas Furnas um homem muito mau, de nome Pêro Botelho. Costumava ir, como as demais pessoas do lugar, cozer vimes ou milho, às caldeiras de água a ferver, que existiam lá para o fim da freguesia e que eram vestígio de vulcões. Outras vezes ele e outras pessoas tinham que se arriscar mais e aproximar-se muito da boca de uma caldeira que tinha lama que curava muitas doença, principalmente, o reumatismo.
Um dia, por descuido ou porque o diabo as teceu, deu-se uma tragédia. Pêro Botelho caiu dentro dessa caldeira, um buraco negro e sem fim, todo sujo, na entrada, de lama, cinzenta e escorregadia, que exalava um cheiro muito forte a enxofre, como se fosse dar ao inferno.
Não teve salvação. Foi por ali abaixo sem que ninguém pudesse fazer nada. Nunca mais ninguém o viu. Mas lá ficou para sempre, a gritar rouco e enfurecido:
— Tirem-me daqui! Tirem-me daqui!
Se alguém chamava: “Pêro Botelho! Pêro Botelho!”, ele, com a sua maldade endiabrada, roncava e enviava pedras pelo boqueirão, que saíam juntamente com lama cinzenta e fumo.
As pessoas, que tinham ficado horrorizadas com o acontecimento, passaram a chamar àquela sulfatara Caldeira de Pêro Botelho. Apesar de terem continuado a ir buscar a lava medicinal, porque precisavam dela, tinham muito medo de se aproximarem dali, pensando no que tinha acontecido a Pêro Botelho.
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